» Por André Rodrigues
Se você deu uma conferida em nossa galeria de fotos, referente ao processo eleitoral Brasil 2014, constatou algumas imagens correlacionadas aos ciclos eleitorais – entre elas do período pré-campanha e de campanha propriamente. [ clique aqui e confira a galeria]. Bem, nesta postagem comento acerca de uma imagem produzida para o projeto e do detalhe que chamou minha atenção para inseri a imagem na história.
Uma das fotos, digamos, simples – pelo menos no sentido de registrar – é uma das que eu mais gosto e considero de forte leitura alternativa em relação ao processo eleitoral.
Peguei esse “santinho” (publicidade eleitoral) na minha caixa de correios. Bem, toda publicidade eleitoral que chegava às minhas mãos estava sendo arquivada para idealização de uma imagem. No caso desse santinho, o que chamou minha atenção foi o bilhete que estava anexo. Escrito à mão, o recado pedia meu voto. “Olá estive em sua casa preciso de sua ajuda seu voto Obrigada.” (sic).
A candidata (ou alguém) deu-se ao trabalho de escrever e sem querer transformou sua publicidade em algo bem particular. Seu santinho tornou-se algo peculiar e de coleção. Não sei se alguém se lembra de no tempo de escola escrever com uma régua rente à caneta – acho que nesse bilhete foi assim.
Para mim, o bilhete atrelado à publicidade eleitoral “fala” acerca da natureza do processo em si. Remete à questão estrutural – por exemplo, de candidatos distantes do sistema de grande estrutura – até mesmo cultural.
Além disso, também há conotação acerca da iniciativa e pessoalidade do pretendente que constrói uma imagem de si. Ou seja, ele (no caso ela) disse que “esteve aqui em casa” numa demonstração (ou tentativa) de quebra de esteriotipagem, afinal não é um político distante de nós, mas alguém acessível – fiquem tranquilos, pois não vou entrar aqui numa espécie de análise de discurso (ethos e pathos) – rs.
Bem, são muitas leituras possíveis. Fique à vontade para ter a sua. Por fim, o santinho ganhou um toque particular e, de certa forma, cumpriu sua função de chamar atenção – pelo menos a minha. Virou uma foto.