Eleições na Colômbia: candidatos tentam evitar alta abstenção

Texto de Leandra Felipe, correspondente EBC – Fonte: Agência Brasil

bandeira colombiaQuase 33 milhões de eleitores colombianos foram convocados para as eleições presidenciais de hoje (25). Com o voto não obrigatório, os candidatos tentaram mobilizar o eleitorado para participar do processo. A preocupação é com a possibilidade de alta abstenção, como a de 43%, registrada nas eleições legislativas de março, e a de 51%, há quatro anos, nas ultimas eleições presidenciais. Para analistas, uma abstenção elevada nestas eleições poderá ser reflexo do cansaço e da decepção dos eleitores por causa do clima de difamação entre os candidatos na reta final da campanha.

“Esta campanha é atípica. Muito morna no começo e muito competitiva nas últimas semanas devido aos escândalos e manipulações de denúncias. Com o voto não obrigatório, o eleitor tem de ser motivado. Vimos o contrário, pouco debate de ideias e o denuncismo que afastou parte do eleitorado”, disse à Agência Brasil o analista político colombiano Jorge Restrepo.

Para ele, houve excesso na exploração de acusações entre as partes, tanto por parte do presidente Juan Manuel Santos, que tenta a reeleição, quanto por Oscar Zuluaga, partido criado por Álvaro Uribe. “Só no último debate [realizado na sexta-feira, 23], vimos menos troca-troca de acusações e ouvimos mais propostas”, opinou.

Santos foi acusado de ter recebido dinheiro do narcotráfico e Zuluaga de ter espionado o processo de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Nas ruas de Bogotá, a Agência Brasil conversou com eleitores. Alguns disseram que votariam em branco. “Não quero nenhum destes candidatos que estão aí”, disse o estudante Pablo Sierra, 18 anos. Ele vai votar pela primeira vez.

A dona de casa Luzmaría Benevides informou que não vai votar porque está descrente da política. “Agora não quero votar, porque são todos uns corruptos. Mas, talvez no segundo turno, se eles pararem de brigar e se preocuparem em nos convencer”, comentou.

A tendência de abstenção para estas eleições foi observada ontem (24) pela Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acompanha o processo. Em comunicado, a missão informou ter observado pouca participação nos 64 consulados colombianos para o voto no exterior. Fora do país, a votação foi iniciada na última segunda-feira (19) e será finalizada hoje.

Segundo a missão, até ontem (24) o movimento nos consulados era pequeno. Mais de 500 mil colombianos foram registrados para votar no exterior. Com a apatia e um cenário indefinido, os candidatos aproveitaram o sábado (24) para motivar os eleitores, com mensagens nas redes sociais, a comparecer às urnas.

s cinco candidatos, Juan Manuel Santos, que tenta a reeleição pela coalizão Unidade Nacional, Oscar Zuluaga, do Centro Democrático, Marta Ramírez, do Partido Conservador, Enrique Peñalosa, da Aliança Verde, Clara López, do Pólo Democrático Alternativo e União Patriótica, usaram as redes sociais para convocar eleitores e reforçar suas propostas.

A campanha de Santos chamou os colombianos, no Twitter, a “votar pela paz”, lembrando dos avanços no processo de paz entre o governo e as Farc.

Oscar Zuluaga e seu principal “cabo eleitoral” – o ex-presidente e senador Álvaro Uribe – usaram o Twitter para convocar os colombianos e escreveram sobre as propostas do Centro Democrático, de extrema direita.

Crítico do processo de paz, Zuluaga disse querer um “cessar-fogo unilateral” das Farc e que a guerrilha abandone todas as atividades criminosas para continuar o diálogo. Ele também promete investir mais em segurança e no aparato militar do país.

A conservadora Marta Ramírez chamou os eleitores para o voto consciente. “Que tal se não votarmos naqueles que desprestigiaram seus adversários e escolhermos quem tem melhores propostas?”, escreveu.

Enrique Peñalosa, candidato de centro-esquerda, bastante forte na capital, tentou sair da dicotomia entre “guerra e paz”, construída em torno de Santos e Zuluaga. “Não escolheremos entre a guerra e a paz, mas sim entre seguir com o passado ou mudar”, postou.

Mais à esquerda, Clara López convocou as mulheres a valorizar o voto feminino. “Convido a todas vocês, chegou a nossa hora”, escreveu.

O analista Jorge Restrepo lembrou que todo o esforço para diminuir a abstenção é válido para os candidatos, porque as últimas pesquisas de intenção de voto mostraram grandes variações. “Santos e Zuluaga apareceram muito próximos, mas o terceiro lugar oscila entre Marta e Peñalosa”, explicou.

Para ele, a única certeza é que o país terá segundo turno em junho, para escolher o novo presidente. “Mas podem ocorrer surpresas sobre os nomes”, disse.

O encerramento da votação está previsto para as 16h (18h em Brasília). A Registradoria Civil (órgão eleitoral) colombiana deve divulgar o resultado preliminar no começo da noite de hoje.

Oposição vence eleições no Panamá

Com 75% das urnas apuradas, o oposicionista e atual vice-presidenteJuan Carlos Varela vence as eleições presidencias no Panamá. O pleito transcorreu sem incidentes. O anúncio é do Tribunal Eleitoral do Panamá.

Com mais de 70% das urnas apuradas, o resultado é dado como irreversível. Varela obtêm 39.06%, enquanto que Arias 32,06%.

Cerca de 2,5 milhões de panamenhos foram convocados às urnas domingo para eleger presidente, vice-presidente, deputados nacionais para o Parlamento Centro-Americano (Parlacen) e centenas de cargos municipais para o período de 2014 a 2019. A participação ficou um pouco acima das eleições anteriores, em 75,98%.

Consultas feitas à página do Tribunal às 23h11 do horário local.

Panamá realiza eleições presidenciais neste domingo (4)

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No Panamá, cerca de 2,5 milhões de eleitores foram convocados para eleger o presidente, o vice e 71 parlamentares. Além dos observadores da OEA, a eleição será acompanhada por delegados de Centro Carter (EUA) e da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore).

Trata-se da quinta eleição livre desde os protestos e de uma ação dos Estados Unidos que tirou derrubou em 1989 Manuel Noriega, que estava a 21 anos no poder.

Sete candidatos disputam o pleito e tudo indica que a votação será acirrada. As pesquisas de intenção de voto indicam três possíveis favoritos. Segundo a Agência Brasil, com o cenário indefinido, o clima no país foi tenso nos últimos dias de campanha, com registro de insultos dos candidatos, troca de acusações verbais e agressões entre os presidenciáveis e partidários.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu “maturidade” e “tolerância” aos partidos no processo eleitoral.

Com informações de:
Agência Brasil
Estadão
Tribunal Electoral Panamá (TE)
Jornal Critica 

Agenda: Eleições nas Américas em 2014


Por André Rodrigues (AR)

• 25 de maio têm eleições presidenciais na Colômbia
O presidente Juan Manuel Santos concorre à reeleição. Analistas destacam que a eleição poderá ter um cenário diferenciado. Um dos pontos que favorece a análise é a entrada do novo partido político “Centro Democrático”, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Além é claro do papel da FARC no contexto político. No dia 16 de março é realizada a eleição legislativa.

• 5 de outubro haverá eleições legislativas e presidencial no Brasil
As principais análises de intenção de voto apontam uma vitória da presidente Dilma Rousseff, candidata ao segundo mandato. A vitória se daria ainda no primeiro turno. A presidente tem o favoritismo eleitoral sustentado pela base do Partido dos Trabalhadores, com a presença da figura do ex-presidente (e ainda popular) Luiz Inácio Lula da Silva como cabo eleitoral, a força dos programas sociais como o ‘Bolsa Família’, o ‘Mais Médicos’ e um histórico de estabilidade e confiança no país. A oposição, liderada pelo tucano Aécio Neves, mesmo com a participação da ecologista Marina Silva, não gera confiança na partilha dos votos.

• 26 de outubro será realizada eleições no Uruguai
As eleições gerais uruguaias de 2014 ocorrerão em 26 de outubro e, no segundo turno, em 30 de novembro. Serão eleitos todos os 130 membros da Assembleia Geral (99 deputados, 30 senadores), o presidente da República, e o vice-presidente.

O Uruguai ganhou destaque no cenário internacional após iniciativas como a legalização do casamento gay e da maconha capitaneadas pelo presidente José ‘Pepe’ Mujica. Considerado o presidente mais “pobre” do mundo, Mujica é uma figura e tanto. Em seus vários momentos diante da imprensa, o ex-guerrilheiro tupamaro de 78 anos, mostrou-se lúcido e empenhado numa política mais humana. Diante de críticas, destacou que o Uruguai é o país mais republicano da América do Sul e que, sem ser perfeito, “não há” nada que seja melhor no entorno regional, particularmente “em matéria econômica”.

O ex-presidente Tabaré Vázquez e a senadora Constanza Moreira, do partido Frente Ampla (FA) estão na lista de possíveis candidatos e possivelmente apoiados por Mujica, segundo o Portal Vermelho.

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• Em outubro (ainda sem data definida) tem eleição na Bolívia
A Bolívia poderá ter Evo Morales como o presidente que ficou mais tempo à frente do governo. Numa decisão polêmica, por de ser considerada inconstitucional, a Câmara dos Deputados da Bolívia aprovou um projeto de lei que permite que o presidente Evo Morales (e seu vice, Álvaro García Linera) concorra a um terceiro mandato presidencial. O texto foi sancionado numa madrugada pelos legisladores bolivianos – com maioria governista.

Morales defende o objetivo é ganhar a eleição de 2014 com um respaldo nas urnas de 74% – ou seja, 10 pontos acima do obtido em dezembro de 2009 para o segundo mandato.

A oposição entendeu que, desde o respaldo à legalidade de conceder a Morales o direito de concorrer ao terceiro mandato, dado pelo Tribunal Constitucional (TC), é uma conjuntura de campanha. Segundo um artigo publicado no jornal de Londrina, em setembro deste ano, seção ‘Mundo’, O governador do estado de Santa Cruz, no leste da Bolívia, o opositor Rubén Costas, foi proclamado neste domingo pelo Movimento Democrata Social (MDS) como candidato à presidência da Bolívia

A convocação da eleição deverá ocorrer em abril ou maio próximo e o intervalo de janeiro O período de governo no país é de cinco anos.

• 4 de novembro tem eleição no Congresso dos Estados Unidos
A eleição no Estados Unidos será a legislativa. Ou seja, votação para a recomposição da Câmara de Representantes e de um terço do Senado. Eleição muito relacionada às políticas do presidente. O número de cadeiras entre democratas e republicanos interfere diretamente na agenda do presidente.

• América Central
De acordo com o calendário eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 2014 estão programadas eleições na Costa Rica (2 de fevereiro/ presidencial e legislativa), El Salvador (2 de fevereiro/presidencial), Panamá (4 de maio/ presidencial e legislativa).

Fontes
OEA
Terra
Wikipédia
Portal Vermelho
Jornal de Londrina (Grpcom)
Rede Brasil Atual
Jornal Público PT